quarta-feira, 28 de março de 2018

Causas do priapismo

O priapismo ainda constitui um desafio para os profissionais de saúde. Entender sua etiologia é fundamental para a implementação de medidas preventivas eficientes. O priapismo ocorre por uma combinação de fatores que determinam a falha nos mecanismos de controle da ereção e detumescência peniana.
Para a compreensão dessa situação se faz necessária uma revisão sobre o mecanismo “mágico” da ereção: O pênis para ficar rígido precisa de um aumento significativo do fluxo de sangue que vai distender e preencher completamente dois cilindros denominados corpos cavernosos, aumentando de forma significativa a pressão interna nessas câmaras.
Como a saída do sangue dos corpos cavernosos se dá através de veias que cruzam a parede dos cilindros, quando a pressão interna é máxima, as veias ficam colabadas (fechadas) e o sangue fica retido até que ocorra a ejaculação e a subsequente queda da pressão interna, abertura das veias e finalmente detumescência peniana resultante da liberação do sangue.
Para que tudo isso ocorra de forma harmônica, existem mecanismos complexos de tumescência, ereção e detumescência peniana. Neles há participação de múltiplos sistemas como o cérebro, medula, nervos, hormônios, vasos sanguíneos e o próprio tecido erétil no interior do pênis. Qualquer falha ou interferência nesse conjunto pode gerar problemas.
O priapismo isquêmico pode ser provocado por qualquer situação que impeça a saída de sangue dos cilindros. Uma vez aprisionado o sangue chega a coagular dentro dos corpos cavernosos e somente procedimentos cirúrgicos conseguem devolver a flacidez ao órgão.
No caso do priapismo de alto fluxo, o traumatismo do órgão motiva a formação de uma fístula (comunicação) entre uma artéria e uma veia do pênis, estabelecendo um fluxo contínuo de sangue que perpetua a ereção. Conforme mencionado acima, o tipo não isquêmico decorre de um trauma (incluindo procedimentos cirúrgicos no pênis) que lesa a artéria e provoca uma fístula (comunicação entre a chegada e saída do sangue) perpetuando a ereção.
As causas do tipo isquêmico podem ser divididas em causas hematológicas (onde o problema estaria na dificuldade da drenagem do pênis,pois o sangue, que perde sua viscosidade normal, não consegue sair dos cilindros perpetuando a ereção:
  • Anemia falciforme
  • Talassemia
  • Leucemia
  • Doenças malignas
  • Causas urológicas (onde o uso de medicamentos provoca excessiva duração da rigidez peniana e altera o mecanismo normal de detumescência)
  • Uso inapropriado de medicamentos orais para ereção por indivíduos hígidos
  • Uso incorreto (doses excessivas) de medicamentos injetáveis (aplicados no pênis) para tratamento de disfunção erétil como a papaverina, prostaglandina e fentolamina
  • Uso excessivo de anéis e outros dispositivos para garrotear a base do pênis e prolongar a rigidez
  • Causas químicas (drogas e medicamentos), consumo de medicamentos anticoagulantes, uso de antidepressivos como trazodona e bupropiona
  • e finalmente, uso de drogas ilícitas como heroína e cocaína.

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